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Quase diariamente recebo questões quanto aos défices de proteína que poderemos estar sujeitos numa alimentação crudivegana. Desde que me mudei os meus hábitos alimentares e passei a cortar primeiro a carne, depois o café e refrigerantes e depois todos os alimentos de origem animal, nunca mas nunca tive medo de sofrer de défices de nenhum tipo muito menos proteícos. E nunca tive esse receio porque simplesmente estava bem informado e tentei informar-me ainda mais quando tomei a decisão. A falta de conhecimentos e o facto de deixarmo-nos ir por aquilo que o senso comum sempre disse não era uma prática para mim. Prefiro pensar e pesquisar por mim mesma que ir em medos comuns e em afirmações e “certezas” de toda a vida.
Independentemente da alimentação que temos ser de origem vegetal ou animal, teoricamente é possível ficar com défices de proteínas, não obstante, na prática isto é algo muito, muito, muito difícil de acontecer...a não ser que a pessoa simplesmente não coma sistematicamente. Quem costuma ter défices de proteína na vida real? Pessoas com anorexia; pessoas com uma magreza extrema; crianças subnutridas em África. Quem no mundo moderno, que come regularmente e não passa fome, tem défices de proteínas? Que eu saiba, ninguém. Nunca conheci ou ouvi falar de alguém, com esse problema. Ao mesmo tempo, já conheci inúmeras pessoas cujos problemas de saúde são derivados de excesso de proteína na alimentação. É preciso alguém empenhar-se bastante e realmente não comer para ficar com défice de proteínas. A lógica é exactamente esta: quando não ingerimos uma quantidade adequada de calorias, aí sim, também não ingerimos uma quantidade suficiente de proteínas. Portanto, para quem come com regularidade e come o suficiente, isto nunca é um problema – independentemente da alimentação ser de origem vegetal ou animal.
Muitos acham que os alimentos de origem animal são (no geral) bem mais ricos em proteína do que os de origem vegetal – e são – mas será que alguém se questiona quanta dessa proteína animal é de facto absorvida pelo ser humano? Bem menos do que se acredita! A proteína de origem vegetal, pelo contrário, é muito mais facilmente absorvida e assimilada, e a grande maioria de pessoas que tem uma alimentação de origem vegetal come quantidades perfeitamente suficientes de proteína diariamente.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que apenas 10% da ingestão calórica total por dia seja proveniente de proteínas e isto é suficiente para que um adulto tenha as suas necessidades de proteína completamente satisfeitas. Isto é perfeitamente alcançável com uma alimentação de origem vegetal – quer seja totalmente crua, predominantemente crua ou cozinhada.
Uma colher de sopa de sementes de cânhamo contêm 4-5g de proteína. Se compararmos essa colher de cânhamo com alguns tipos de alface, algumas pessoas ficariam deveras surpreendidas ao descobrir que 1 alface fornece 7.7g de proteína e é muito fácil de comer numa refeição. 200g de espinafre fornecem 5.7g de proteína. Se fizermos um batido com 8 bananas pequenas/médias, obtemos 10.3g de proteínas. Portanto, até que ponto realmente precisamos de apostar nas sementes e outros alimentos ricos em gorduras difíceis de digerir, para obter mais proteínas? É esta a questão que pessoalmente deixo sempre para reflexão e ao critério de cada um.
O que fazer para nos certificarmos que ingerimos proteína suficiente:
- assegurar que temos uma boa ingestão calórica (principalmente fruta, e algo cozinhado de origem vegetal, ocasionalmente)
- assegurar que temos uma boa ingestão de vegetais de folhas verdes (que fornecem sempre boas quantidades de proteína)
- acrescentarmos alguns frutos secos e sementes aqui e ali, com moderação
Se 5-10% da nossa ingestão calórica total por dia for proveniente de proteínas, isto é perfeitamente suficiente para garantir um bom funcionamento. Cerca de 5-6% de proteína é o que fornece o próprio leite materno, que é usado para bebés em desenvolvimento e plena fase de crescimento! Para que é que um adulto precisaria de uma percentagem mais elevada de proteína do que essa?! Mais uma vez, a natureza sabe muito bem o que faz e dá-nos precisamente o que precisamos – basta confiar nela.
Info: vidaemestadocru